Peça de teatro real

Fugi do meu corpo como o diabo foge da cruz. Nem sei porquê, mas sei que um dia acordei e já não era eu mesma. O meu corpo continua num movimento contínuo de esforço onde se move lentamente para realizar tarefas banais do dia-a-dia, porém, a minha alma, a minha essência, essa desapareceu por completo. Olho para dentro de mim mesma e não encontro nada mais nada menos do que um enorme vazio que um dia já foi algo grande que se tornou nada mais nada menos do que uma realidade negada que deu origem a algo negro, e profundo. Um dia eu era rainha de mim mesma, dona do meu mundo e consequentemente do meu nariz, tinha ideias e soluções, problemas e pessoas envolvidas. Num outro dia acordo e não sou ninguém, sou triste e infeliz. Parece que tudo não passou de um sonho e que este corpo não me pertence, diria que tal como no livro  Nómada (onde eles retiram as almas dos corpos e os colocam noutros, ou qualquer coisa parecida com isso) esta alma não pertence a este corpo. 
Will be continued ..

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